Para criar o Gatuno foi preciso isto:

Nunca vou me esquecer do que senti quando finalmente pude ver o resultado final do garra afiada, vulgo Gatuno, na minha frente, me encarando na tela do PC.

De repente, tudo parecia possível, histórias, sagas, e quem sabe até um dia… um Universo.

 

Mas para chegar no resultado final do gatuno, foi necessário muita luta, não com vilões mascarados, mas comigo mesmo. Tive tropeços constantes em todo o processo. Era óbvio que não iria virar um profissional dos quadrinhos do dia para a noite. Sabia que para cria-lo, com o nível que os americanos dão aos seus personagens, teria que possuir internamente a mesma arma que o sete vidas possui nas mãos. A Garra.

 

Me muni com motivação e determinação e comecei a fazer muitos testes visuais, muitos mesmo. Lembro que meu sketch book da época se acabou só com concepts do rosto do herói, porém ainda sem ter um que de fato eu gostasse. Sentia que ainda não detinha um apelo visual tão marcante quanto os americanos conseguem com os seus personagens.

 

Precisaria fazer um visual muito melhor do que os esboços que já havia feito, era necessário algo a mais, mas ainda não sabia o que.

 

Após um tempo, tive uma fagulha intuitiva (coisa de desenhista louco) e soube que para chegar num nível americano de traje, a melhor opção era combinar o que já existia, com minhas ideias. Gerando assim, um norte a ser seguido.

Não nego, peguei as referências do rosto do aranha e do pantera e bati no liquidificador criativo. Mal imaginei que seria a melhor solução para o problema.

A mistura dos elementos visuais foi de longe a mais bonita que consegui. As lentes aracnídeas vieram dando o olhar de um gato e também adicionaram a emoção do personagem.

 

Os elementos felinos como as orelhas e focinho, captadas do pantera, moldaram a simbologia do gato.

Fiquei extremamente feliz com o resultado final e fui minuciosamente alinhando cada parte do animal o compondo com armas, patas, poses, e por fim uma logo minimalista para identifica-lo. Tão simples que qualquer criança poderia desenhá-la. E com certeza, foi a cereja do bolo.

 

Moral da história: não acho que fiz o Gatuno, acho que ele foi se fazendo, por si só. Foi me mostrando o caminho que seria melhor para ele.

E nessa jornada criativa eu possuía somente meu lápis, como minha bussola, e minhas referências, sendo as placas de direcionamento. Essa jornada foi necessária para conceber um novo super-herói, totalmente nosso, nacional. Ele nos mostrará que é muito mais que um super e muito mais que um gato.